Tralhas servem para muita coisa. Mas gostamos especialmente
daquelas que não servem para coisa nenhuma. Ou daquelas que servem apenas para
nos lembrar dum breve sonho que tivemos mas que nunca nos esforçamos por
cumprir.
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Os livros da minha infância |
Elas têm a sua função. Mas não aquela que gostamos de
inventar.
Tralhas servem essencialmente para ocupar espaço e para
aumentar o caos. E nesse caos esperamos (secretamente) esconder as nossas
dúvidas e outras coisas que, não sendo propriamente simples, nos deixam a
pensar.
Eventualmente, quando nos vemos privados de aumentar a nossa
colecção de tralhas, acontecem duas coisas. Primeiro, passamos a dar
valor às tralhas que já temos. E segundo, começamos a perceber que as tralhas
são essencialmente desculpas.
Desculpas para não nos dedicarmos àquilo que gostávamos de
nos dedicar. Desculpas para desperdiçar o nosso tempo. E tornamo-nos tão protectores
das nossas tralhas que nos parece estupidamente insano livrarmo-nos delas.
Porque é quando as tralhas acabam que nós começamos. E
atravessar esse limite é assustador.
Este ano decidi atravessar esse limite. Comecei por eliminar as tralhas que mantenho na minha vida e na minha casa. E não sendo propriamente uma amante do minimalismo começo a sentir na pele as vantagens.
Começa por deitar fora o passado e deixar um espaço para que coisas novas possam entrar.
1 comentários complexos:
Ora antes de mais, muitos parabéns! ;) finalmente o blog la viu a luz do dia! em relação ao post sei bem o que isso é, não tenho tralha ate ao tecto mas a que tenho tem sempre uma marca de boas memorias e algumas não tão boas mas pronto... faz parte da vida! continua com o bom trabalho! vou ficar atento ... ;)
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